Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Retrocessos são discutidos em lançamento de livros na Biblioteca Central
conteúdo

Notícias

Retrocessos são discutidos em lançamento de livros na Biblioteca Central

Retrocessos na contemporaneidade brasileira, nas áreas da segurança pública e da educação, foram discutidos durante o lançamento de quatro livros do professor Afonso Celso Scocuglia, no final da tarde do dia 7 de março, dentro da programação da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para recepção dos calouros no campus I.
publicado: 15/03/2018 16h11, última modificação: 15/03/2018 16h13

As obras apresentadas foram “As Provas da Ditadura na Política e na Educação: o Inquérito Policial Militar (IPM) da Paraíba (1964-1969)”, “Ditadura Militar no Brasil: a vez e voz dos perseguidos”, “Histórias da Educação Popular do Tempo Presente” e “Discursos da Educação Popular Contemporânea: encontros com Michel Foucault e Paulo Freire”.

 “Não é possível entender a história do Brasil sem compreender as relações entre civis e militares. Os civis se acostumaram a pedir ajuda às forças armadas quando não conseguem solucionar algum problema, como se os militares fossem os salvadores da pátria”, afirmou Scocuglia. “Apesar de ter respaldo da população, esta intervenção militar no Rio de Janeiro, por exemplo, não pode virar moda. É a primeira vez que o Mistério da Defesa tem um general na sua presidência. É preocupante”, disse o autor das quatro publicações.

 O pesquisador Volmir José Brutscher colaborou em “Discursos da Educação Popular Contemporânea: encontros com Michel Foucault e Paulo Freire” e anda bastante preocupado com reformas como a do Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular e o financiamento privado da educação superior. “A ideia de educação popular prega o diálogo e valoriza o saber das diferentes realidades sociais. Naturalmente, há muitos tensionamentos, não é um mundo romântico. O campo da educação é perpassado por relações de poder. Esses tipos de medida não são um projeto político das classes populares”, avaliou Brutscher.

 Para Luciélio Marinho da Costa, que cooperou na organização de “Histórias da Educação Popular do Tempo Presente”, a própria ideia de reforma vai de encontro à filosofia da educação popular. Segundo ele, “a perspectiva da educação popular tem origem nas bases, nos movimentos populares, e gGanhou força na década de 1960. É inviável emancipação política em meio a gestões antidemocráticas e autoritárias. A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), criada no primeiro governo do ex-presidente Lula, foi enxugada e não tem mais a relevância que teve anos atrás”.

  Divulgação Científica

 A professora Izabel França está à frente da Editora UFPB e conta que todos os livros lançados foram submetidos a editais da Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG). “Trabalhamos com a disseminação e divulgação da produção acadêmica da universidade. A área da educação publica muito através do suporte livro e Afonso é um dos pesquisadores da universidade que mais colabora”, contou a diretora.

 Participar de eventos literários e consolidar a articulação com outras editoras têm sido uma estratégia eficaz para promover as obras. “Temos ido a feiras, bienais. Renovamos a nossa filiação à Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU). Em breve, haverá um encontro em Salvador, que reunirá representantes de todas as editoras do país para debater a comercialização dos livros universitários”, adiantou Izabel França.

 Ainda neste ano, a Editora UFPB lançará livraria móvel, que funcionará em um caminhão tipo baú, já customizado. O objetivo da iniciativa é o de estar presente nos quatro campi da instituição. “Passaremos uma semana em cada cidade. Nosso diferencial é o preço ser o de custo, sem compromisso com lucro. Também produzimos e-books que podem ser baixados gratuitamente”.

 A Editora UFPB disponibiliza, hoje, cerca de 60 títulos para download gratuito. Neste ano, deve publicar outras dezenas, a maioria deles coletâneas de artigos produzidos no âmbito dos Programas de Pós-Graduação da universidade. Submissões podem ser realizadas online, através da página web da Editora ou por meio de edital da PRPG.