IMAGENS DE JORNAIS ENQUANTO DOCUMENTOS DE ARQUIVO: discutindo os processos de produção, fluxo e guarda (2011-2013)

Telma Campanha de Carvalho Madio

A fotografia de jornal, produzida desde o final do século XIX, foi discutida e caracteriza-se como documento de arquivo. O levantamento teórico do tema e de questionamentos sobre a trajetória desse documento fotográfico como objeto de estudos na área da arquivística mostrou definitivamente a incorporação desses documentos nas práticas e reflexões atuais. Verificou-se o histórico de uso desses documentos pela imprensa, que tendo a fotografia como cópia da realidade e paralelamente a facilidade de impressão do mundo numa superfície capaz de ser copiada exaustivamente nos mais diferentes suportes, transformou-se numa poderosa ferramenta do e para o jornalismo. Ao mesmo tempo, as legendas foram inseridas para situar e direcionar o entendimento do leitor, uma ancoragem no próprio texto, título e manchete e finalmente a diagramação da página do jornal, contribuíram para educar e ensinar o público na leitura e na apreensão da imagem fotográfica. O fluxo documental e a produção do documento fotográfico foram identificados: a solicitação parte das editorias do jornal para a editoria de fotografia que pauta o fotógrafo e esse deve cumprir sua função cobrindo a matéria solicitada. Constatamos que temos dois documentos que podemos considerar de arquivo: o negativo, que é a prova do cumprimento de uma função original solicitada pela editoria; e a ampliação fotográfica que irá estampar, compor e ser legendada na página do jornal. Os dois estão organicamente ligados por uma função original que é a matéria para a qual foram produzidos. Os negativos deveriam ser classificados de acordo com a Editoria solicitante, que é a estrutura da redação e não somente com o número de produção. A editoria é responsável tanto pelo texto como pela fotografia e por isso, deveria ser a primeira classificação para os documentos produzidos por um jornal. Essa pesquisa possibilitou detectar as relações orgânicas e como isso vai se perdendo, por falta de conhecimento, investimentos na área de gestão e do controle permanente da produção de fotografias nas empresas jornalísticas. A relevância e importância de se manter essa relação e a identificação da função original, não é só para o uso imediato das imagens, mas garantir que essas informações não se percam e não fiquemos apenas com o registro visual, garantindo que possa ser utilizada em qualquer momento histórico.

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