Geralmente considerados material de segunda classe, os chamados recortes de jornal têm sido frequentemente marginalizados no plano do tratamento documental. Entretanto, sua presença nos arquivos, não raro formando conjuntos volumosos, é inegável e impõe desafios e dilemas aos arquivistas e profissionais que se dedicam a organizá-los e descrevê-los. Neste sentido, um dos problemas mais sensíveis tem sido o reconhecimento das espécies e tipos documentais resultantes da atividade jornalística, geralmente denominadas, nos instrumentos de pesquisa, de forma genérica e inadequada. Alinhando conceitos e noções da arquivística, da diplomática, das ciências da comunicação e da linguagem, procuramos identificar as espécies documentais usualmente encontradas sob a forma de recortes nos arquivos, definindo-as em glossário. Procuramos, ainda, reconhecer a condição arquivística e o caráter instrumental dos recortes de jornal, examinando, a partir de exemplos observados em arquivos pessoais, a lógica de sua acumulação como reflexo de uma prática social cujas origens remetem a uma tradição muito mais antiga do que se supõe.
Texto completo disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04042019-125418/publico/2018_JoseFranciscoGuelfiCampos_VCorr.pdf